Ensinar é sempre um desafio, mas é prazeroso quando fazemos com amor! Quando acreditamos que podemos fazer diferença na vida de uma pessoa, isso nos leva a ir além das nossas limitações, ir além do que o próprio Sistema nos oferece. Acreditar que essa mocinha pode muito mais do que eu imagino, me faz correr atrás de meios para fazê-la aprender. Atualmente, tenho vivido um dos melhores momentos da minha caminhada na Secretaria de Educação. Estou realizada e feliz em saber que posso fazer parte do crescimento dessa mocinha que é mais do que especial! "Trabalhando o nome das frutas em inglês" Ela é o máximo!!! Sabe Libras,Português, Braille e ainda inglês...rsrsrsrs

 

UM NOVO DESAFIO (continuação)

Resolvi trabalhar algumas disciplinas, usando o Notebook como meu "parceiro". Pesquisei alguns sites de jogos para fixar os conteúdos estudados em sala. Encontrei no Notebook, uma maneira de ampliar as letras e as imagens de maneira que a GPC, conseguia visualizar bem. Foi simplesmente maravilhosa a experiência!
Nas aulas de Geografia então!!! Ela vibrava quando acertava a localização dos Continentes... Na verdade, eu ficava mais eufórica do que ela, pois a cada aula ela me surpreendia.

Como foi bom, ter oportunizado esse contato da GPC com o mundo virtual! Foi um momento muito rico na aprendizagem dela e claro, na minha também!

UM NOVO DESAFIO...

Em 2012, fui convidada  mais uma vez para ser guia-intérprete de uma aluna surda com baixa visão. Aceitei o desafio e para minha surpresa, descobri que era uma aluna que eu já tinha trabalhado com ela na 1ª série em 2005, mas por motivos pessoais os pais precisaram mudar para o Espírito Santo e permaneceram por lá por aproximadamente seis anos.
Para mim foi muito bom reencontrar a minha ex-aluna. Antes apenas uma menina de 11 anos e agora uma mocinha com 17 anos. Apesar de perceber que a comunicação estava extremamente limitada, pude perceber que ela me reconheceu. Então comecei o meu maior desafio em 19 anos de  Secretaria de Educação. Dúvidas apareceram, ansiedade, ideias novas,noites e noites pensando como ajudar a "GPC".
As ideias foram aparecendo e no decorrer do ano, fui percebendo o quanto ela estava com vontade de aprender.

Quando percebi que ela aceitava tudo que era proposto, resolvi inovar e trabalhar também com tecnologias. Desafiei a "GPC" aprender digitação, ela vibrou com o primeiro contato com o Notebook. Comprei a licença de um programa de digitação diferente que tinha as letras grandes e comecei trabalhar com ela na Sala de Recursos, fiquei impressionada com a facilidade que ela memorizou a disposição das letras do teclado... Que menina inteligente! Que memória! Que sede de aprender! Ufa! Me emociono até ao escrever sobre ela.

E então... 

OS DESAFIOS DA SURDOCEGUEIRA

Tudo começou no ano de 2007, fui convidada para ser guia-interprete de um aluno no Centro de Ensino Fundamental 07 de Ceilândia. Aceitei o desafio e comecei o trabalho com o meu aluno "WCL" que era surdo profundo e tinha baixa visão. Apesar de ter vários cursos na área de surdocegueira,não foi um trabalho muito fácil . No decorrer das atividades propostas pelos professores, comecei a entender a importância do guia-intérprete na vida de um aluno surdo com baixa visão. O maior desafio para mim naquele ano, foi fazer com que o meu aluno aceitasse aprender o braille, pois a probabilidade que o mesmo viesse perder a visão era muito grande.

Fui tentando e de uma maneira muito sutil,  finalmente consegui apresentar o braille digital.

Depois de trabalhar o braille digital, pude mostrar para o meu aluno que ele era capaz e que podia ler e escrever através do braille. Ele aceitou a ideia e então comecei a usar a reglete e a punção. Para ele foi maravilhoso aprender o braille. No mesmo ano, ele terminou o Ensino Fundamental e foi para outra escola e eu fiquei na mesma escola, mas com um gostinho bom de ter ajudado um aluno tão especial.